A Larian roubou a cena no The Game Awards deste ano — e não apenas pelos prêmios ou pelo status conquistado após Baldur’s Gate 3. Entre uma estátua excêntrica perdida no deserto e um trailer deliberadamente estranho do próximo Divinity, o estúdio lembrou o mundo de onde veio. E, enquanto o novo projeto ainda parece distante, a boa notícia chegou por outro caminho: Divinity: Original Sin II acaba de receber uma atualização oficial pensada para o Switch 2.
Para quem acompanha RPGs de perto, essa atualização não é um detalhe qualquer. Original Sin II representa o ponto de virada definitivo da Larian, o jogo que consolidou o estúdio como referência absoluta no gênero. Antes disso, a trajetória foi irregular. A série Divinity começou de forma competente no início dos anos 2000, tropeçou em continuações problemáticas, enfrentou lançamentos cheios de bugs e só encontrou um rumo claro quando decidiu apostar em algo mais clássico, mais profundo e, principalmente, mais ambicioso.
Foi com Divinity: Original Sin, em 2014, que o estúdio começou a chamar atenção de verdade. Mas a consagração veio três anos depois, quando a sequência reuniu sistemas complexos, liberdade absurda para o jogador e um mundo que reagia de forma orgânica às escolhas feitas. O resultado foi um RPG que não apenas agradou fãs de longa data, mas entrou para a lista dos grandes do gênero.
Parte desse sucesso veio da forma como o jogo foi desenvolvido. Financiado via crowdfunding e lapidado em acesso antecipado com feedback direto da comunidade, Original Sin II cresceu em diálogo com quem jogava. A edição definitiva, lançada depois, selou o pacote com melhorias técnicas, ajustes narrativos e ainda mais conteúdo.
O impacto desse trabalho ficou evidente anos mais tarde, quando Baldur’s Gate 3 explodiu no mainstream. Para muita gente, aquele foi o primeiro contato com a Larian. Para outros tantos, foi apenas a confirmação de algo que já sabiam desde Divinity: Original Sin II. Agora, com um novo Divinity no horizonte, é natural que jogadores curiosos queiram voltar no tempo e entender por que o estúdio chegou tão longe.
E a boa notícia é que não há grandes barreiras. A história de Original Sin II funciona de forma independente, não exige conhecimento prévio e continua sendo, até hoje, uma experiência excepcional. A atualização para o Switch 2 surge como mais uma porta de entrada, trazendo o jogo adaptado para hardware moderno e oferecendo uma chance perfeita de revisitá-lo — ou descobri-lo pela primeira vez.
Enquanto o próximo capítulo da série ainda parece distante, a Larian entrega exatamente o que seus fãs mais gostam: um motivo legítimo para voltar a Rivellon. E, se servir de conselho, vale lembrar de uma coisa logo no começo da jornada: falar com animais não é um luxo nesse jogo. É praticamente obrigatório.
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