Control Resonant: Segundo a Remedy você não precisa ter jogado o primeiro

 

A Remedy decidiu mexer em uma de suas franquias mais cultuadas e, ao que tudo indica, não foi apenas para continuar a história. O estúdio anunciou oficialmente Control Resonant, título que abandona o rótulo informal de “Control 2” e inaugura uma nova fase do universo criado em 2019. A previsão de lançamento é para 2026, e a principal mudança já salta aos olhos: o protagonista agora é Dylan Faden.

Irmão de Jesse, figura central do primeiro jogo, Dylan assume o comando em meio a uma nova crise sobrenatural que se espalha por Nova York. A troca não é apenas narrativa. O estilo de jogo também passa por ajustes claros. Sai a arma mutável que marcou o original, entra um equipamento focado em combate corpo a corpo, mais agressivo e dinâmico, aproximando a experiência de jogos de ação acelerada, com ecos de títulos como Devil May Cry.

Uma das decisões mais comentadas envolve o público-alvo. A Remedy afirma que Control Resonant foi pensado para funcionar como ponto de partida para quem nunca teve contato com a série. Em texto publicado no PlayStation Blog, o codiretor criativo Mikael Kasurinen explicou que a trama se sustenta sozinha, embora jogadores veteranos encontrem referências e conexões espalhadas pelo caminho.

A escolha tem lógica. Quando o novo jogo chegar, o primeiro Control já terá sete anos. Esse mesmo intervalo aparece dentro da própria narrativa e ajuda a justificar o sumiço de Jesse, que está desaparecida, além de reposicionar o universo para uma nova audiência.

Ainda assim, o discurso não passou ileso. A ideia de que “não é preciso jogar o anterior” já virou um mantra comum na indústria — e nem sempre convence. Casos recentes, como Alan Wake 2, mostraram que a experiência até funciona de forma independente, mas ganha muito mais peso para quem conhece o histórico. Situação parecida aconteceu com produções de grande orçamento, como Final Fantasy VII Rebirth, onde a promessa de acessibilidade soou desconectada da realidade para parte do público.

No caso de Resonant, o desafio parece claro. A Remedy aposta em uma Manhattan deformada por forças paranormais, inimigos que escaparam do controle da Oldest House e uma jornada pessoal de Dylan em busca da irmã. Ao mesmo tempo, tenta equilibrar ação mais direta, narrativa menos hermética e a identidade estranha e autoral que consagrou o estúdio.

Se a estratégia vai funcionar, ainda é cedo para dizer. Mas uma coisa é certa: Control Resonant não quer apenas continuar uma história — quer redefinir como esse universo pode ser explorado. Agora, resta acompanhar os próximos materiais e descobrir se a aposta vai agradar tanto quem chega agora quanto quem acompanha a Remedy desde o início dessa realidade distorcida.

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