Review: Unicorn Overlord | O retorno triunfante da fantasia tática

Estou escrevendo esse Review logo após platinar esse jogo incrível e fico muito feliz de agora ter um local pra falar desse tipo de coisa.

Unicorn Overlord é o tipo de jogo que te lembra imediatamente por que o gênero tático continua vivo, e quando um estúdio domina sua própria fórmula, o resultado fica simplesmente incrível.

A Vanillaware, conhecida por sua arte inconfundível e narrativas densas, entrega aqui um RPG tático em larga escala para PS5, PS4, Xbox Series, Switch e PC, apostando em estratégia, mundo aberto gigante e um elenco surpreendentemente cativante. São mais de 70 personagens jogáveis.

⚔️ Gameplay

O loop central de Unicorn Overlord é simples: montar tropas, administrar unidades, explorar o mapa e participar de batalhas épicas. É como se Fire Emblem, Ogre Battle e a identidade artística da Vanillaware tivessem se misturado e encontrado um meio-termo quase perfeito.

O gerenciamento de unidades é onde o jogo brilha mais. É possível criar formações com funções muito diversas: tanques que seguram linhas inimigas, arqueiros para infligir danos críticos, curandeiros indispensáveis, assassinos com golpes certeiros. Pequenas mudanças de classe, equipamento ou posicionamento transformam completamente o resultado de uma batalha. Antes de começar qualquer batalha você consegue ver se pode ganhar ou não, e as vezes, só de mudar uma unidade de lugar com a outra, o resultado muda completamente.

O ritmo do jogo é perfeito, em alguns pontos você vai estar livre pra explorar, até aparecer uma unidade que quebra totalmente a sua formação, mas nada que uns ajustes não resolvam. Não é apenas "level e equipamento". Aqui a sinergia entre as unidades importa, e o jogo te recompensa por pensar como um general.

Em batalhas maiores eu não senti que ficou confuso ou fora do meu controle, o jogo quer sua atenção, e com isso eu quero dizer que você não pode simplesmente largar unidades no mapa e deixar elas lá, todos tem que ter um objetivo, seja defender um ponto ou atacar unidades.

"Nesse review vou encontrar as melhores combinações de tropas pra maximizar os danos e diminuir ao máximo a chance de perder?"

Não :)

Acho que vale muito mais a pena jogar do jeito que você quiser, fazendo as alterações conforme o jogo pede. No final dessa Review vou deixar alguns personagens que eu adorei conhecer e montar times com eles.

📖 História

A narrativa acompanha Alain, príncipe exilado que luta para retomar o reino tomado por um império tirano. É um enredo clássico de fantasia medieval, mas funciona porque o jogo abraça esse clichê com convicção.

A força real está no elenco enorme e nas pequenas histórias que surgem da interação entre personagens. Os diálogos são bem escritos, a construção de mundo é rica e há um senso de jornada épica que poucos RPGs táticos conseguem transmitir hoje.

O pacing é um pouco irregular no meio da campanha, principalmente porque existe conteúdo opcional abundante. É fácil perder o foco da trama principal. Mas quando o jogo resolve acelerar, ele entrega momentos belos, emotivos e bem encenados.

🎨 Gráficos e Direção de Arte

Vanillaware, mais uma vez, coloca a indústria inteira no bolso.
A arte de Unicorn Overlord é simplesmente espetacular: personagens pintados à mão, animações detalhadas, cenários vibrantes e um trabalho de cores impecável.

Cada batalha parece um quadro vivo. Cada unidade tem personalidade visual. Cada cidade, floresta ou castelo parece cuidadosamente esculpido.

O ponto fraco está apenas na repetição de alguns modelos e cenários durante longas sessões — algo inevitável em RPGs táticos extensos.

🎧 Áudio

A trilha sonora é épica, melodiosa e sempre encaixada no tom. A música de combate passa urgência na medida certa, e os temas mais calmos criam uma sensação agradável de jornada.

Muitas vezes eu até troco do Inglês pro Japonês, justamente por achar algumas atuações forçadas, mas nesse caso em inglês é muito bom também, as duas versões são excelentes.


🛠️ Desempenho Técnico

Sem muito mistério aqui, ele roda bem em todas as plataformas. No Switch, ocasionalmente há queda de performance em batalhas com muitas unidades, mas nada que atrapalhe.
Nos consoles mais fortes, o desempenho é estável, com loadings rápidos e resolução impecável.
Eu platinei e não tive nenhum bug, nenhum crash, nada.

🔍 Pontos Fortes

  • Arte impecável e única, Vanillaware em sua melhor forma.
  • Sistema tático profundo, flexível e recompensador.
  • Narrativa clássica bem executada e elenco cativante.
  • Mundo vasto, cheio de conteúdo opcional de qualidade.
  • Forte sensação de progressão e domínio estratégico.

⚠️ Pontos Fracos

  • Interface poderia ser mais amigável, especialmente na gestão de tropas.
  • Ritmo da história oscila no meio da campanha.
  • No final do jogo nenhuma tropa inimiga oferece qualquer perigo.

🏁 Veredito

Um dos melhores RPGs táticos dos últimos anos, profundo, belíssimo e cheio de personalidade. A Vanillaware entrega uma obra madura, ambiciosa e tecnicamente refinada, que respeita o passado do gênero e ao mesmo tempo aponta caminhos para o futuro. É um jogo que entende a magia da estratégia e coloca o jogador no centro dela. O jogo está polido ao máximo, tudo funciona conforme deveria funcionar, e oferece uma experiência rica desde o lançamento.

Para fãs de estratégia, é compra obrigatória. Para curiosos, é um ótimo ponto de entrada, embora com curva de aprendizado levemente alta.

🎁 Bônus (Pode conter spoilers)

Vou deixar abaixo alguns personagens que enriquecem a história e o jogo como um todo, alguns são unidades de suma importância pro jogo, outros são só muito legais em questão de design.


Alain: Acho que todo mundo gosta de um personagem principal com história trágica e é isso que Alain tem pra oferecer, logo nos primeiros minutos do jogo ele perde tudo e o jogo se desenrola justamente em como ele vai começar do zero para reconquistar o que perdeu, e reunir todo o reino novamente no processo. Bom personagem, não é o estereótipo de criança birrenta, desde o começo ele sabe o que quer e pelo visto foi bem treinado para situações como a que ele se encontra.


Virginia: Prima de Alain, ela é uma das poucas sobreviventes da família real de Cornia.
No meu jogo ela liderava um esquadrão só de mulheres, talvez o mais diverso em questão de classes, não era 100% efetivo, contra algumas classes elas sofriam um pouco e tinha que ficar usando itens, mas prefiro montar uma historinha na cabeça do que ficar montando times prontos da internet.


Berenice: Uma mercenária renomada que tem altíssima habilidade com a espada. Era contratada de um Lorde da região, mas sempre sonhou em sair dali e ver mais do mundo.
Desde que ela entrou no meu exército, tinha lugar reservado no time principal.


Berengaria: Depois de abandonar seu grupo (e seu irmão mais novo) ela é capturada e acusada de traição. Tanto em design quanto em desempenho, ela é rank SSS, líder do meu esquadrão mais forte depois do principal, dava conta de tudo, podia ficar sozinha na outra extremidade do mapa que conseguia lidar com tudo. Perfeita, sem defeitos.


Eltolinde e Rosalinde: As irmãs Elfas de Elheim, Rosalinde viu sua irmã sendo coagida a participar dos planos de Zenoira, fugiu de onde vivia para tentar reunir um exército.
Eu posso falar por horas do quanto eu acho legal elas se completarem em praticamente todos os aspectos. Em determinado momento do jogo ele te pede pra escolher uma Maiden, e a minha, sem pensar duas vezes, foi a Rosalinde. As duas faziam parte do time principal, junto de Alain.


Amália:
Uma guerreira tão habilidosa que o príncipe Gilbert pessoalmente pediu que comandasse a reabertura do Grande Coliseu de Drakenhold.
Uma mulher de tapa olho, musculosa, 3 metros de altura e que carrega uma espada e um escudo tão grandes quanto ela? Não vou mentir, quase foi a minha escolha de Maiden.


Hilda: Uma cavaleira de Wyvern vinda de Ömpalast, em Drakenhold. Acreditou nas mentiras de Zenoira e lutava por eles, quando foi derrotada, descobriu a verdade. Alain prometeu cuidar de seu povo e ela entrou para o Exército da Libertação.
Mais uma Líder de esquadrão no meu jogo, conseguia cruzar o mapa em cima de seu Wyvern e ajudar sempre que precisasse, onde precisasse.

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